sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Doutrina Sagrada da Alta Magia


Doutrina Sagrada da Alta Magia


1 – O Mago.

Durante toda a existência da espécie humana, houve aqueles que detinham o conhecimento de uma ciência capaz de conectar o homem aos princípios constitutivos do Universo. Esta Força, oriunda de uma fonte de Poder inesgotável e constante, se apresentou capaz de mobilizar, unificar, criar e até destruir. Prodígios inimagináveis foram realizados, mas grande parte de seu conhecimento permaneceu guardado por pequenos círculos iniciáticos fechados. À esta arte divina, capaz de legitimar e afirmar todas as doutrinas espirituais que já existiram, existem e existirão, foi dado o nome de Magia Sagrada, que quer dizer “Grande Ciência”.


2 – As Colunas da Sacerdotisa.

A Magia Sagrada existiu em todas as culturas e povos. Na relação direta com os quatro elementos, fogo, água, terra e ar, e sua interação nos três reinos, mineral, vegetal e animal, surge a Magia Natural, prática dos xamãs e pajés. Tradições poderosas como as do Egito antigo e da Babilônia, se conservaram e se espalharam através de linhas que hoje são conhecidas. Do Oriente se ramificou infindáveis escolas, sendo a Índia o grande irradiador. Para os muçulmanos, os Sufis guardaram além de poderosas práticas mágicas, uma rica visão do Todo. Na África, numa relação harmônica com as forças natureza, surge os Orixás sagrados, que ao desembarcarem no continente americano se sincretizaram com santos cristãos e com a riquíssima visão do índio autóctone. Finalmente, a tradição ocidental merece um detalhamento.


3 – O Triângulo de Salomão.

São dez livros que fundamentam a tradição judaico-cristã do ocidente. Os cinco livros conhecidos como Torá ou Pentateuco, os quatro evangelhos e o Apocalipse de São João. A compreensão esotérica de tais livros exige uma metodologia hermenêutica e o domínio da mais importante chave de poder guardado pela ortodoxia judaica: a Cabala Sagrada. Os fundamentos cabalísticos estão descritos em alguns livros clássicos como o Sepher Yetzirá, o Livro da Criação; Zohar, o Livro do Explendor; e o Bahir, o Livro da Iluminação. Contudo, a Cabala é uma tradição oral, revelada a poucos. A partir do século XIX ela passa a ganhar um maior volume de obras literárias, muitas que conseguiram reunir os manuscritos medievais dispersos.


4 – Tetragrammaton.

A Cabala é a grande chave para se desvendar os mistérios do Universo. Significa “receber” e é o caminho da Luz para se compreender a Verdade. A Árvore da Vida e os dez Sephirots que a compõe se conectam através dos 22 caminhos, que foram revelados nos Arcanos Maiores do Livro de Toth, conforme descreve Eliphas Lévi em “Dogma e Ritual da Alta Magia”. Reza a lenda egípcia que os poderosos magos sacerdotes assistindo ao desmoronar de sua sociedade, resolveram transmitir às gerações futuras este poderoso livro através das cartas do baralho. Foi assim que surgiram as representações pictóricas e hieroglíficas dos 22 Arcanos Maiores e dos 56 Arcanos Menores, compostos de quatro trunfos e quatro naipes. Este baralho é hoje conhecido como Tarô, e através do seu uso oracular, é capaz de revelar os maiores mistérios da alma humana e do Universo. Pela chave de Papus, o nome sagrado representado pelas quatro letras hebraicas Yod He Vav He estão na representação dos princípios elementares do magnetismo: afirmativo, masculino e ativo (Yod); negativo, feminino passivo (He); neutro (Vav); continuidade (He).


5 – Pentagrama.

Os alquimistas detinham o segredo da Pedra Filosofal, capaz de transformar o chumbo, bruto e pesado, na sutiliza do ouro. Tal processo de transmutação, ligado à iniciação representa o caminho da Luz e da purificação. É o caminho do mago, de dominação do seu Eu Inferior pelo seu Eu Superior para elevar sua existência na direção da Vontade do Grande Arquiteto do Universo, representada pelo Triângulo Superior, Kether, Binah e Chokmak. O quinto elemento etéreo representa a ascensão. É o símbolo da Magia Pagã, dos mais lindos mitos.


6 – Harmonia do Amor.

Os princípios fundamentais que regem o Universo estão estabelecidos na Tábua de Esmeraldas de Hermes Trismegistus: “O que é superior é como o que é inferior e o que está embaixo é como o que está em cima para formar a maravilha da coisa única” – a lei geral do equilíbrio, a harmonia representada pelos Triângulos de Salomão (branco e preto), sobrepostos em forma de estrela hexagrama. Pela Harmonia dos opostos temos o Amor, elo de ligação para a reprodução. “O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento embalou em seu ventre, a Terra é sua ama”: eis a chave da ciência mágica conhecida como Astrologia. Tal ciência se encarregou de testar e demonstrar as influências e poder dos corpos celestes em seus trânsitos, revoluções e progressões nos aspectos fundamentais de cada indivíduo e até mesmo de sociedades. De grande importância também a virtude dos números, tanto na Cabala como na tradição do gênio de Pitágoras, sendo o método básico a soma e a redução teosófica.

 
7 – O Triumpho.

A Magia Sagrada se fundamenta no domínio das Forças da Natureza. À espécie humana lhe cabe o papel de representar a “imagem e semelhança” da Força criadora. O Poder invocado pela unidade se realiza no domínio dos quatro elementos pelo triângulo superior. Sete é o número sagrado. Sete dias cada ciclo lunar que formam a semana. Sete flechas e sete ervas. As plantas de poder ampliam a percepção, descarregam nos banhos e defumações, que assim como os cristais canalizam energias.


8 – A Justiça do Universo.

As mais novas teorias da Física moderna constatam que tudo é formado por energia e o universo vibra na elegância de uma sinfonia musical regida pela teoria das Supercordas. Galáxias em expansão pela Luz, buracos negros em retração pela sombra. Da Magia Sagrada se pode buscar a Luz pela elevação através das encarnações ou a busca das Trevas pela submissão às forças inferiores. A Magia Branca é o caminho da Verdade. A Magia Negra é o caminho da submissão ao ego, da troca de favores, é o reino dos demônios, espíritos malfazejos e obsessores. Caminho fácil e vulgar, mas a Lei do Carma responde com a justiça: o que é feito hoje é pago amanhã.


9 – O Eremita.

Mediunidade é o dom divino de canalizar energias; mas é no silêncio do nosso interior que descobrimos o Universo.


10 – Infinito ciclo.

O tempo é cíclico e não linear. Passado, presente e futuro se realizam em dimensões simultâneas.10 = 1 + 0 = 1. Eis o ciclo infinito do eterno retorno.

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