Mistérios Sagrados Masculinos - O Deus, O Sol, O Homem.
Mistérios Masculinos
Para os primitivos povos caçadores, os animais selvagens eram manifestações do desconhecido. A fonte de perigo e sobrevivência foi associada psicologicamente à tarefa de compartilhar o mundo silvestre com esse seres. Ocorreu uma identificação inconsciente, que se manifestou nos míticos totens meio humanos, meio animais das antigas tribos. Os animais tornaram-se tutores da humanidade. Através de imitações, as naturezas separadas de humanos e animais foram derrubadas e criou-se a União. O mesmo é verdade acerca das posteriores comunidades agrícolas, as quais viram os ciclos de vida e morte dos humanos refletidos nos ciclos das colheitas.
Os Mistérios Masculinos surgiram do culto matrifocal do período neolítico. Baseiam-se na formação de cultos de caçadores e guerreiros necessários à sobrevivência do clã como um todo. Esses subcultos não sofreram influência das mulheres do clã, que permaneciam nas aldeias enquanto os homens estavam longe, caçando ou lutando contra inimigos. Eram períodos nos quais os homens estavam as sós e juntos, longe das responsabilidades da comunidade familiar ou da aldeia. Assim, livres das restrições da estrutura social estabelecida pelas mulheres, os homens desenvolveram uma subcultura própria, refletindo seus desejos e necessidades exclusivamente masculinos.
A Tradição Misteriosa Masculina pode ser dividida em até quantro categorias: o Caçador-Guerreiro, o Sátiro, o Rei Divino-Deus Sacrificado e o Herói. Esses mistérios assciados aos homens resumem bem os aspcetos da mentalidade e do comportamento masculinos. Assim, podemos separar a maioria dos homens em uma ou mais das categorias acima. Como ocorre com todas as generalizações (e estereótipos), esses aspectos comportamentais ou de mentalidade não se aplicam a todos os indivíduos.
Iniciações envolvendo teste de bravura, força física, resistência ou tolerância à dor eram aspectos de iniciação nos antigos cultos masculinos. Eram traços essenciais para a sociedade masculina. Principalmente em razão do fato de que a caça de animais era perigosa, os inimigos eram comuns, as lutas inevitáveis e os ferimentos físicos esperados. Assim, no início da puberdade, quando os hormônios magicamente transformam garotos em homens, tinha início os primeiros ritos de masculinidade.
O primeiro passo nessa iniciação transformativa era encontrar-se com o Monstro (o que quer que isso representasse a uma certa comunidade). Há uma antiga lenda que envolve um clã cuja aldeia estava sujeita aos horríveis sons de um monstro habitando nos bosques ao redor. Somente os guerreiros/caçadores abandonavam a segurança da aldeia, e mesmo assim armados até os dentes. O restante ouvia amedrontado os sons da incrível criatura. Os homens geralmente voltavam trazendo descrições apavorantes desse perigoso monstro.
Quando um garoto atingia a puberdade, ele devia seguir os homens pelos bosques e encarar a criatura. Durante a jornada, os homens gradualmente desapareciam entre as árvores sem serem percebidos, até que o garoto ficasse na companhia de apenas dele, seu iniciador. Quando se aproximavam do local de onde emanavam os sons, o garoto recebia uma lança; a seguir o homem apanhava-o pelo braço e, bradando um grito de guerra, corria impelindo o garoto rumo à clareira para atacar a criatura. No centro da clareira, um homem soprava um enorme chifre de onde emanavam os horríveis urros do monstro. O garoto havia então matado o monstro de sua infância e se tornara um homem.
Era prática dos Mistérios Masculinos criar histórias de bosques assombrados e monstros terríveis. Serviam não só no exemplo acima, mas também para assegurar locais rituais privativos. Isso foi particularmente importante durante a inquisição. O aldeão comum não desejava ingressar em bosques onde forças sobrenaturais estivessem em ação.
(Autor: Raven Grimassi)
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