Samael Aun Weor − SAW (O Elemental do Gato
− Desfazendo Mistérios)
“Vamos agora conversar um pouco sobre os ‘Naguais’, assunto que
pertence às velhas tradições do povo mexicano. Chegam−me à memória
múltiplos e extraordinários casos que merecem ser estudados. Oaxaca
sempre foi um povo de místicas lendas, as quais os esoteristas deveriam
conhecer. Uma criança, quando nasce, naquela região, é devidamente
relacionada com os famosos naguais. Seja de noite ou de dia, os familiares
farão um círculo com cinzas ao redor da casa. Disseram−nos que de manhã
eles observam as pegadas que os animais do lugar deixaram nas cinzas. Se
os rastros correspondem, p.ex., a uma raposa montanhesa, ela será o nagual
da criança. Se forem de qualquer outro animal da redondeza, será este o
nagual, o Elemental, do recém−nascido.
Passemos agora para os naguais vegetais. Desde os antigos tempos
enterra−se o umbigo do recém−nascido junto com o rebento de uma árvore
qualquer. Obviamente, a árvore fica relacionada com a criança, crescendo ambas simultaneamente através do tempo. Saibam todos que o elemental da
árvore pode ajudar à criatura com ele relacionada, em inúmeros aspectos da
vida... Vejam vocês que em Oaxaca essas tradições milenares não se
perderam. Muitos nativos estão devidamente protegidos pelos elementais,
aos quais foram vinculados no nascimento.
Os Naguais são elementais ideais quando os amamos realmente. Um
nagual extraordinário, sem sombra de dúvida, é o gato preto. Descreverei em
seguida um experimento que fiz com esse animal:
Tínhamos em casa um pequeno gato preto. Propus−me a ganhar seu
carinho e o consegui. Certa noite, resolvi fazer uma experiência metafísica
transcendental. Deitado na cama, coloquei o inocente animal ao meu lado.
Relaxei o corpo de maneira certa e concentrei−me profundamente no felino,
rogando−lhe para que me tirasse do corpo físico. A concentração foi longa e
profunda e durou, possivelmente, uma hora, quando adormeci por algum
tempo. De repente, uma extraordinária surpresa! Aquela criatura aumentou de
tamanho e transformou−se num gigante de enormes proporções, deitado à
margem da cama. Toquei−o com a mão direita e pareceu−me de aço. Seu
rosto era negro como a noite e seu corpo irradiava eletricidade. O corpo tinha
a mesma cor negra, mas abandonara a forma animalesca, assumindo
compleição humana, com excessão do rosto que, ainda gigantesco,
continuava sendo de gato. Foi uma coisa incrível, pela qual eu não esperava.
Fiquei muito espantado a ponto de o afugentar com a Conjuração dos Sete do
sábio rei Salomão. Voltando ao meu estado normal notei, com surpresa, que
aquela inocente criatura estava junto a mim outra vez em forma de gatinho.
No outro dia, andei muito preocupado pelas ruas da cidade. Achava
que já tinha eliminado o medo de minha natureza e eis que o nagual me
pregara um tremendo susto. Entretanto, eu não queria perder aquela batalha.
Aguardei a noite seguinte para repetir o experimento. Coloquei novamente em
minha cama o gatinho , à direita, como o fizera na noite anterior. Relaxei o
corpo físico, não deixando nenhum músculo sob tensão. Depois,
concentrei−me profundamente no felino, guardando no fundo do coração a
intenção de não me assustar outra vez. Soldado em estado de alerta não
morre em tempo de guerra e eu já estava obviamente informado sobre o que
previamente aconteceria. Portanto, o temor tinha sido eliminado de meu
Interior.
Transcorrido aproximadamente uma hora, em profunda concentração,
repetiu−se exatamente o mesmo fenômeno da noite anterior. O elemental do
gatinho saiu do corpo para adquirir a gigantesca e terrível figura humana.
Deitado em meu leito, olhei−o. Era verdadeiramente espantoso. Seu
enorme corpo não cabia na cama. Suas pernas e pés sobravam em meu
humilde leito. O que mais me assombrou foi que o elemental, ao abandonar
seu corpo denso, pudesse materializar−se fisicamente, fazer−se visível e
tangível aos meus sentidos, pois podia tocá−lo com minhas mãos físicas e
seu corpo parecia de ferro. Podia vê−lo com meus olhos físicos. Sua face era
espantosa. Dessa vez não tive medo. Propus−me a exercer completo controle
sobre mim mesmo e o consegui. Falando com voz pausada e firme, exigi que o elemental me tirasse do corpo físico, dizendo: Gatinho, levanta−te desta
cama. Imediatamente aquele gigante pôs−se de pé. Continuei, então,
ordenando: Tira−me do corpo físico e passa−me para o astral. Aquele
extraordinário gigante respondeu−me com as seguintes palavras: Dá−me tuas
mãos. Claro que levantei minhas mãos e o elemental aproveitou para
pegá−las e me tirar do corpo físico. Aquele estranho ser era dotado de uma
força incrível, mas irradiava amor e queria servir−me. Assim são os
elementais... De pé, no astral, tendo junto ao leito o misterioso ser por
companheiro, tomei novamente a palavra para ordenar−lhe: Leva−me agora
ao centro da Cidade do México.
Siga−me, foi a resposta daquele colosso, que saiu de casa
caminhando lentamente. Eu o acompanhei passo a passo. Andamos por
diversos lugares da cidade, antes de chegarmos a San Juan de Letrán,
quando por ali nos detivemos por um momento. Era meia noite e eu ansiava
dar um final feliz àquela experiência. Vi um grupo de cavalheiros conversando
numa esquina. Eles estavam no plano físico, portanto não me percebiam.
Então, pensei em tornar−me visível diante deles. Dirigi−me ao gigante nagual
e com voz suave, porém imperativa, dei−lhe nova ordem: passa−me agora ao
mundo de três dimensões, o mundo físico.
O nagual pôs suas mãos sobre meus ombros, exercendo sobre eles
certa pressão. Senti que abandonava o astral e penetrava no físico. Fiquei
visível diante daquele grupo de cavalheiros, no lugar em que se encontravam.
Aproximando−me deles, perguntei: Senhores, que horas são? Passam trinta
minutos da meia noite, respondeu um deles. Muito obrigado! Quero dizer−lhes
que vim agora das regiões invisíveis e que resolvi me tornar visível diante de
vocês. Palavras estranhas, não é verdade? Aqueles homens olharam−me
surpresos. Em seguida, disse−lhes: Até logo, senhores; retorno de novo ao
mundo invisível. Roguei ao elemental que me colocasse outra vez nas
regiões suprassensíveis e imediatamente o elemental obedeceu.
Ainda pude ver o assombro daquelas pessoas que tomadas de pavor
afastaram−se apressadamente do local onde se encontravam. Novas ordens
dadas ao elemetnal foram suficientes para que ele me trouxesse de regresso
à minha casa. Ao penetrarmos no quarto, vi o misterioso ser perder seu
descomunal tamanho e ingressar no pequeno corpo do felino que jazia no
leito, precisamente pela glândula pineal, a qual situa−se na parte superior do
cérebro. Fiz o mesmo. Pus meus pés astrais sobre a glândula citada e
imediatamente senti−me no interior do corpo físico, que já despertava na
cama.
Olhei o gatinho, fiz−lhe algumas carícias e agradeci, dizendo−lhe:
Obrigado pelo serviço prestado. Tu e eu somos amigos.
A partir daquele momento, constatei como esses felinos podem
tornar−se veículos ideais para todos os aspirantes à vida superior. Com esse
tipo de nagual, qualquer ocultista pode aprender a sair em astral, consciente e
positivamente. Importa não ter medo, ser valoroso. Salientamos que para
experimentos dessa natureza são requeridos gatos pretos. Muitos ignorantes
ilustrados podem achar graça dessas declarações esotéricas, porém isso pouco importa. Estamos falando para pessoas espiritualmente inquietas, que
anseiam o despertar da Consciência.”
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