quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A magia não é para todos...

Pesquisando na internet encontrei um post em um blog interessante sobre a magia de uma forma explicita bastante louvável, deleitem-se...


Porque a Bruxaria não é para todos.
Narciso (Caravaggio). A
metáfora de Narciso é a que
melhor representa a jornada
feiticeira: o desafio de reconhe-
cer a si mesmo. 
Qualquer um pode ser um bruxo? Não, a Bruxaria não é para todos. Isso sem dúvida é um tipo de elitismo, e algumas pessoas de modo geral não compreendem o porquê de tanto mistério ou segredo que envolvem suas práticas pelo simples fato de ainda acharem que a Bruxaria é um tipo de religião, e ela não é. Recentemente um amigo me questionou, dizendo que todo religioso gosta de trazer pessoas à sua religião e quanto mais pessoas praticarem uma religião em comunidade, melhor. E eu, aparentemente, não faria questão disso no que toca a Bruxaria. Bom, esse tipo de mentalidade é comum porque as pessoas estão acostumadas com nossas religiões judaico-muçulmano-cristãs que são baseadas em noções proféticas de "salvação da humanidade", de "levar a Palavra", "trazer a Verdade" e outras coisas do gênero que inexistem - ao menos dessa forma - na Bruxaria. Até mesmo porque, repito, a Bruxaria não é uma religião. 

O Enforcado (Tarot
de  Marselha). Essa
carta do tarot simboliza
de forma muito eficaz
o caminho bruxo:
resignação e sacrifício.
A Bruxaria é um ofício, uma prática. Craft é a palavra inglês tradicionalmente usada para isso. Witch-craft. Witch, bruxo ou bruxa, tem a mesma raiz de Wizard, mago ou Wise, sábio. A Bruxaria, então, é a Arte dos Sábios. Esses sábios foram os curandeiros das aldeias, as benzedeiras e as parteiras do mundo rural, e as feiticeiras do urbano. Todas essas pessoas seguiam suas práticas à margem de uma religião oficial. Eram marginais, periféricas, e muitas de suas práticas não eram aprovadas por serem consideradas "idólatras" ou até mesmo "pagãs" pelo clero oficial da Igreja. Mesmo que não tenhamos dificuldades em encontrar curandeiros que abençoam em nome de "Deus Pai", parteiras que fazem orações à "Maria Mãe de Deus" antes de fazer o parto e benzedeiras que curam através dos "santos" católicos. Isso porque, repito, a Bruxaria é uma Arte Sem Nome e não é uma religião. Ela está a margem de toda religião. Ela é paralela e concomitante, como rios que correm separados, por vezes se encontram em uma baía, mas depois continuam seguindo seu rumo diferente até cairem na imensidão do mar. 

Pã (Museu do Louvre,
séc. II E.C.). As pessoas
dizem que hoje já não
existem perseguições, mas
muitos ainda relacionam
essa simpática divindade
ao diabo do Cristianismo.
Pra arriscar trilhar o caminho da Bruxaria, o neófito precisa se despir de todos os seus pré-conceitos sobre a Vida e o Mundo, precisa assumir sua ignorância, precisa estar disposto a sacrificar alguns momentos de prazer para leituras, precisa sacrificar outros para escrever, e ainda muitos outros para conversar de perto com a Natureza, através de orações, rituais ou seja o que for. Esse neófito precisa entender que o mundo é plural, é rico e diverso, e entende que individualidades podem conviver perfeitamente num cosmos organizado. Esse neófito um dia vai entender que tudo é certo e que tudo também é errado. Ele deve saber que nunca uma religião ou espiritualidade estará "errada" por causa das suas práticas. Precisa respeitar o momento de calar e de guardar segredos. E tudo isso é muito difícil: nem todos  estão dispostos a pagar esse preço. É por esse simples argumento explica porque a bruxaria nasceu para todos, mas nem todos nasceram pra Ela. 

E se aqui cabe um comentário pessoal: À essas pessoas que perguntam "como faz para entrar", a resposta é simples: estude, leia muito e através dos seus ritos converse com o Mundo e a Morte que o cerca. Com o tempo, as pessoas certas aparecem e tudo se encaminha. Magicamente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário